domingo, 17 de abril de 2016

Comentário ao caderno de memórias coloniais

O clube de leitura Léria (Eoi de Santiago de Compostela) e um grupo de 10 estudantes e docentes do mestrado de Ensino do Português Língua estrangeira do Instituto de Letras e Ciências Humanas da Universidade do Minho (Braga) juntaram-se no dia 1 de abril em Compostela para debater sobre o livro Caderno de Memórias Coloniais, de Isabela Figueiredo.


500_9789722127585_Caderno de Memorias Coloniais


A experiência foi bem gratificante, e da Pega só podemos encorajar mais clubes de leitura a procurarem e estabelecerem contactos com clubes de Portugal ou de outras terras. 

Yang Estela, estudante do mestrado, presenteou-nos com esta crónica sobre o Caderno de Memórias Coloniais. Ficamos muito obrigados a ela polo contributo. Também nos recomendou, na sessão conjunta, a leitura do prémio nobel chinês, Mo Yan, de quem há algum livro traduzido para o português, como Peito grande, ancas largas.

Mas vamos sem mais delongas ao comentário que Estela escreveu sobre o Caderno de memórias coloniais:

O livro apresenta o cenário particular da terra colonial pela perspetiva da filha de um eletricista. A história segue a linha do tempo, a partir da sua infância, até que ela regressa a Portugal. Por um lado, a autora usa uma língua banal na narrativa, com frases curtas e palavras coloquiais; por outro lado, as palavras são muito vivas. Mesmo que não fiquemos ao lado dela, podemos imaginar os cenários verdadeiros que aconteceram em Moçambique.

No livro, a palavra compreender aparece muitas vezes, como as seguintes: Não compreendia, precisamos de tempo para compreender, “Tens de ser livre, compreendes?”, “Compreendo” até só esse ano percebi o que o meu pai dizia quando (…), etc.. As experiências da vida colonial e os sofrimentos de viver em Portugal amadurecem a rapariga. Ao longo do tempo, pouco a pouco, ela começa a perceber as coisas que não ela entendia antes, mas ficavam na memória. Mas será possível ela entender verdadeiramente, afinal? Penso que não. Porque no fim do livro, a autora e outra pergunta: Para onde vais, agora?

A colonização e a descolonização são histórias muito pesadas no sentido envolverem conquistas implacáveis, guerras cruéis, lutas inúteis, e os retornados, que até podem ser considerados refugiados pobres pelo facto de que trabalharam tanto e perderam tudo. São realidades demasiado pesadas. Ninguém pode mesmo entender.

Os capítulos que me impressionam mais são o capítulo 4 e o capítulo 13: o primeiro descreve muito bem uma vida miserável do povo de Moçambique e o segundo mostra o contraste entre o branco e o negro. Encontram-se a bondade e a discriminação, o silêncio e a vergonha.
Além disso, o que me chamou mais a atenção é que, no fim de cada capítulo, há normalmente uma frase curta ou um paragrafo pequeno que tem sempre significado profundo. São partes em que vale a pena retomar a leitura. 

(Estela – Universidade do Minho)

quarta-feira, 16 de março de 2016

PRÓXIMA SESSÃO de Léria, à moda do Minho!


Será na sexta-feira, 1 de abril
Para esta sessão tínhamos guardada uma surpresa que, se não houver imprevistos, já se pode dar por confirmada: alguns estudantes da Universidade do Minho (Braga), que estão a ler o mesmo livro que nós (Caderno de memórias coloniais), irão participar na sessão de debate connosco. Os convidados/as estão a realizar um mestrado de Ensino do Português Língua estrangeira, e para eles será uma experiência de aproximação do clubes de leitura, por meio da criação do seu próprio clube. Para nós, uma ocasião ótima para trocarmos as impressões de leitura com o pessoal de além-Minho, nessa terceira margem do rio onde podemos falar olhos nos olhos, neste caso a olhar também de relance para os livros.

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A sessão será dividida em duas partes: a) numa delas, falaremos propriamente do livro; b) noutra, cada pessoa levará algum outro livro para recomendar, e faremos pequenos grupos a misturar o pessoal da eoi e da universidade do Minho. Portanto, é previsível que venha a ser uma sessão um bocado mais longa do habitual, de 16h15 a 18h30. Lembrem trazer o livro para recomendar!

Agradeceríamos muito a vossa assistência a esta sessão, dado o esforço necessário para levar avante esta atividade, e também de modo a que experiências deste tipo se venham a repetir no futuro.
Animamos quem ainda não leu o livro a fazê-lo - hoje ainda havia exemplares disponíveis na biblioteca. Também quem não conseguiu ler é muito bem-vindo(a)ao encontro leitor.
A receção às pessoa que vêm de Braga incluirá também atividades de manhã - centradas no diálogo com os nossos visitantes -, das quais daremos conta proximamente.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

A coisa em volta do teu pescoço, de Chimamanda Ngozi Adichie

Olá, leitores e leitoras, 
 
Até que enfim!
 
Depois da trabalheira dos testes de fevereiro, o calendário volta a ter um cantinho para a partilha das leituras. 
 
Cá vai a seguinte chamada para a sessão sobre o livro da nigeriana Chimamanda. Reparem bem nas horas desta vez e não faltem ao encontro: 
 
Sessão sobre A coisa em volta do teu pescoço


 

 
Quinta-feira, 18 de fevereiro, 12h00, SALA 1
 
Sexta-feira, 19 de fevereiro, 16H30, SALA 5
 
clube continuará com Caderno de memórias coloniais, de Isabela Figueiredo. Já têm os exemplares na biblioteca.
 
 
 
Na biblioteca, também, para quem quiser leitura suplementar. 
 
Recentemente foram também disponibilizados para requisição: 
 
Em Portugal não se come mal, de Miguel Esteves Cardoso
 
 
Um magnífico e completíssimo livro de crónicas sobre os hábitos culinários dos portugueses. 
 
A casa dourada de Samarcanda, de Hugo Pratt
 
 
Este livro foi doado por um dos membros do clube, integrante de uma das turmas do nível avançado II. Muito obrigado a ele por assim contribuir para a secção de banda desenhada. 
 
O meu irmão, de Afonso Reis Cabral. 
 
 
Prémio Leya em 2014, este livro narra a relação entre dois irmãos, um deles com necessidades especiais, que são levados a viver juntos após a morte do pai.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Novidades na biblioteca para o Natal

Eis algumas das novidades que temos na biblioteca, à espera de que as venham requisitar para o Natal.

Pediram-nos algo mais de literatura de género policial. Além de Rubém Fonseca, que foi leitura do clube no ano passado, estão agora disponíveis:

As duas águas do mar, de Francisco José Viegas, um dos autores portugueses mais conceitados neste género. Este livro leva-nos aos Açores e traz-nos também à própria Galiza.


Não deixem de ler também esta antologia de contos policiais de diversos autores portugueses, que foi compilada pela Porto Editora.







Para quem quiser ir lendo aos bocadinhos, animamos a petiscar de um em um os contos da escritora brasileira (nascida na Ucránia) Clarice Lispector.



 Ainda no conto, mas com uma quedinha para o género do terror, têm a Fábrica da Noite, da escritora Cláudia Clemente.



Ainda falando em contos de géneros diversos, este site brasileiro  (Recanto das letras) tem contos dos mais diversos géneros, com a vantagem de disponibilizar também relatos em áudios.

Ora, como também há quem prefira debruçar-se sobre a língua em cheio, eis alguns materiais que serão de grande ajuda nesse sentido.

O dicionário ilustrado de português língua estrangeira,  é ótimo para aprender e rever vocabulário. Acabamos de disponibilizar um exemplar para empréstimo.


E o português atual 2 e 3 são bons livros (têm cd de áudio) para treinar as compreensões orais e a gramática dos níveis B1 e B2.


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Estes livros estão na prateleira dos manuais e livros de consulta, não na da literatura.

Boas leituras e feliz passagem de ano!

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Aventuras de João Sem Medo, em Léria

O clube de leitura está em andamento. Eis a informação sobre as primeiras sessões.

GRUPO DA TARDE
Primeira sessão na sexta-feira 13 de novembro (17h00-18h15) na sala 4.

GRUPO DA MANHÃ
Primeira sessão na terça-feira dia 10 na sala 10 (12h00-13h30).

O livro de que vamos falar é Aventuras de João Sem Medo, de José Gomes Ferreira. Está na biblioteca, e possivelmente também em filologia, Anxel Casal, etc. Se alguém não tiver tempo para ler, não faz mal, pode participar na sessão na mesma. São todos muito bem-vindos e vindas.

Também comentaremos brevemente as leituras feitas no verão pelo pessoal que estava no clube no ano passado.


O seguinte livro que leremos (sessões nos dias 15 e 17/18 de dezembro) é Terra Sonâmbula, de Mia Couto. Já há exemplares na biblioteca. Se todos os exemplares de João sem Medo estiverem emprestados, sempre podem ir avançando com este outro livro. Os dois estão num local destacado, à frente doutros livros, nas prateleiras.


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quinta-feira, 21 de maio de 2015

BD em Léria

Como no ano passado, faremos uma sessão de despedida do clube em finais de junho, com os testes, notas, etc. já finalizados. Confirmaremos a data logo que soubermos.

Para essa sessão propõe-se a leitura de alguma das bandas desenhadas que temos na biblioteca (estão todas elas agrupadas na mesma secção).

A conversa consisitirá numa troca de impressões sobre aquilo que cada um de nós leu. Também podem trazer à sessão ou falar sobre outras BDs que não estejam na biblioteca, ou fazer sugestões de aquisições novas. 

Amanhã estarão na biblioteca as duas novidades do género. A BD é ótima para ligar a escrita à oralidade, por causa dos diálogos.

Lembrem que os livros requisitados na biblioteca terão de ser devolvidos até 15 de junho.

 

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Sessões sobre O Bairro, de Gonçalo M.Tavares

Nos próximos dias 12 e 13 de maio juntamo-nos para falar de O Bairro de Gonçalo M Tavares. Cada pessoa leu um ou vários livros diferentes da coleção: de beco em rua, de rua em rua, e de largo em largo, vamos ver se conseguimos orientar-nos por esta freguesia imaginária. Também poderá ser que, afinal, prefiramos mesmo ficar perdidos e desorientados.